MC 07: O PCB, luta política do dirigente comunista Carlos Marighella e ruptura para sua estratégia pela revolução Brasileira.


Ministrado por: Me. Yang Borges Chung (USP) e Dr. Ede Ricardo de Assis Soares (UFBA).


Ementa: Estudo das ações do PCB e de seus militantes entre 1930 e 1964. A revolução brasileira e o contexto internacional revolucionário e anticomunista. Análise das motivações e a atividade política de Carlos Marighella e de outros militantes a partir de bibliografia especializada.


Metodologia: Exposição e discussão da ementa e do conteúdo programático do minicurso. Diálogo com os inscritos a cerca do interesse de cada um(a) sobre o tema, para estabelecer um melhor nexo de diálogo no desenvolvimento do trabalho. Aulas expositivas dialogadas e uso de fontes primárias e secundárias, impressas e através de recursos visuais. Também utilizaremos acervos online para acesso a documentos. Procuraremos organizar os inscritos, se possível, por grupos de discussão, para fomentar o aprofundamento nos temas centrais do conteúdo programático. Ao final haverá a socialização das reflexões e a sistematização por escrito das produções.


Conteúdo programático

A presente proposição de minicurso, analisa e debate a evolução política e programática do Partido Comunista Brasileiro (PCB), entre 1930 e 1964. Também da ruptura de um dos seus principais quadros políticos dirigentes, o comunista baiano Carlos Marighella, que juntamente com Joaquim Câmara Ferreira forma a Ação Libertadora Nacional (ALN). Para tanto, remonta brevemente, a formação daquele organismo político, a partir do início da década de 1920. Estabelece reflexão a respeito de questões fundamentais e permanentes originadas no processo histórico colonial e presentes na estrutura econômica e ordem política e sociocultural da realidade brasileira. Questões relativas ao processo histórico brasileiro aos quais o PCB se debruçou nas suas formulações. Discute desdobramentos históricos e conjunturais mais imediatos para aquele organismo político a partir da década de 1930. Abordaremos a formação da Aliança Nacional Libertadora, o levante de 1935, suas consequências para o movimento tenentista, a influência das teses da III Internacional Comunista (IC) para o PCB e sua direção. Particularmente, da perspectiva etapista da revolução democrática burguesa. Portanto, pretende-se abordar os grandes acontecimentos históricos e políticos, bem como conjunturais, que tiveram incidência direta na linha política, programática e estratégica do PCB. Analisa a especificidade da atuação política do dirigente comunista Carlos Marighella. Militante que inicia sua trajetória no início da década de 1930 e que ganha experiência política, resistindo ao regime ditatorial do Estado Novo, junto com outros comunistas, após período na prisão, torna-se deputado Constituinte no ano de 1946. Aborda-se, a realidade brasileira, no período dos governos populistas, a partir do retorno de Vargas ao governo pela via eleitoral e a crise política e institucional dos governos de Juscelino Kubistchek, Jânio Quadros e João Goulart, até o golpe de 1964. Aborda-se rupturas no âmbito do PCB, especialmente a de Carlos Marighella com sua direção política no início da década de 1960. Discute-se questões da sua análise e de outros autores sobre a realidade brasileira e da sua concepção de partido e organização. Por fim, da sua estratégia buscando aprendizado com as experiências revolucionárias do Vietnam, China e Cuba.


Referências bibliográficas

EMILIANO JOSÉ. Marighela: O inimigo número 1 da ditadura militar. São Paulo: Sol e Chuva, 1997.

FERNANDES, Florestan. Da guerrilha ao Socialismo: a Revolução Cubana. 1 ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo:  Expressão Popular, 2014.

GORENDER, Jacob. Combate nas Trevas: A Esquerda Brasileira: Das Ilusões Perdidas à Luta Armada. 5 ed. São Paulo: Ática, 1987.

MAGALHÃES, Mário. Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo. 1e. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

MARIGHELLA, Carlos. Escritos de Carlos Marighella. São Paulo: Livramento, 1979.

___________. Por que resisti à prisão. 2 ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1965.

NAVARRO DE TOLEDO, Caio. 1964. Visões críticas do golpe. Democracia e reformas no populismo. 2 ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2014.

PRESTES, Anita Leocádia. Memória do PCB: Duas táticas e uma mesma estratégia- Do “Manifesto de Agosto de 1950” À “Declaração de Março de 1958”.