MC 01: Amarra o teu arado a uma estrela: o antropoceno e a questão ambiental em perspectiva


Ministrado por: Me. Kauê Barreto da Conceição (UERJ) e Ma. Kelly Cipriano Sousa Brandão (UFC).


É inegável que a questão ambiental, especialmente sob os impactos da crise climática, está mais do que nunca na ordem do dia. Teóricos como Karl Marx (2016), Vladimir Lênin (2011), Amílcar Cabral (1980) entre outros, cada qual em distintos períodos do modo de produção capitalista, já refletiam sobre as transformações da natureza a partir da análise empreendida acerca do caráter acumulador e concentrador da lei do valor como resultado da consolidação da fase imperialista no anos finais do século XIX. A incontornável contribuição da tradição materialista se coloca, no presente minicurso, como chave teórico-metodológica central para a análise dos impactos ambientais surgidos na modernidade. Ela oferece observações renovadas sobre as reorganizações na cadeia produtiva global sob a lógica neoliberal de acumulação, reduzindo o tempo de longos processos de transformação geológica planetária em dimensões escatológicas que alimentam a destruição dos ecossistemas de vida até então conhecidos. Como consequência da dialética insuperável que o modelo produtivo vigente impõe entre o apenas aparente binômio humano e natureza, os claros sinais desse desequilíbrio ambiental, irreversíveis, têm reflexo nos dias atuais com a agudização de catástrofes sentidas em todas as regiões do planeta. Essas transformações geológicas que continuam a reduzir o tempo da existência vital estão intimamente vinculadas, portanto, e invariavelmente, à potencialização de lucro via rentismo financeiro e ao atualizado extrativismo como fonte que permite sua rápida absorção. O capitaloceno e a teoria da ruptura metabólica surgidos no debate e ao mesmo tempo em diálogo com a linha do antropoceno, se apresentam, nesse sentido, como elementos de compreensão interessantes para pensar uma superação da ordem ecológica-capitalista dominante. Entremeada a estas concepções, não deixa de ser fundamental a reflexão sobre as formas atuais do imperialismo contemporâneo em sua face neoliberal que permitem a irrefreada destruição do meio ambiente. Assim, de modo multidisciplinar o presente minicurso se propõe a fazer observações teóricas em torno do debate voltado ao estudo das então chamadas mudanças climáticas sob a égide da dominação do capital-imperialismo contemporâneo. Portanto, trata-se de um estudo necessário e urgente sobre os temas mais candentes da atualidade.


Cronograma apresentado pelos pesquisadores

Dia 1: Ódio contra a Máquina: teoria crítica x ecologia capitalista

1. Introdução ao Antropoceno:

2. Introdução ao Capitaloceno:


Dia 2: Do Arado Às Estrelas: a ruptura metabólica em Marx

1. Fundamentos do Pensamento Ecológico de Marx:

2. Ruptura e Fenda Metabólica: um diálogo entre John Bellamy-Foster e Jason Moore


Dia 3: Intersecções entre Capitaloceno, Antropoceno e a Fenda Metabólica

1. Análise Comparativa:

metabólica.

2. Debates Atuais:



Referências bibliográficas

CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado.

FOSTER, John Bellamy. A ecologia de Karl Marx. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. 2005.

HARAWAY, Donna. Staying with the Trouble: making kin in the chthulucene. Duke university press. Durham and London, 2016.

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. Companhia da Letras. 1a edição. 2019.

LENIN, Wladimir. O imperialismo: etapa superior do capitalismo. Campinas, SP: FE/UNICAMP, 2011.

MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010.

______,____. O Capital: crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2018.

______,____. Os despossuídos. São Paulo: Boitempo, 2017

MOORE, Jason. Transcendendo a fenda metabólica: uma teoria das crises no mundo capitalista. Revista de Estudos Camponeses. Janeiro de 2011.

SAITO, Kohei. O ecossocialismo de Karl Marx. São Paulo: Boitempo, 2021.